segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Avaliação Insttucional da Apredizagem na Escola

Educação é processo e avaliar esse processo é dever das instituições: ganhar espaço, ganhar mudanças, promover melhorias devem fazer parte integrante da consciência do educador.

A avaliação institucional da aprendizagem do aluno é o mais freqüente objeto de análise por parte dos estudiosos do processo enisno-aprendizagem. A preocupação com a avaliação tem levado as escolas a discutirem e abordagem a questão com todos os segmentos internos e externos, na busca constante de redefinir e sessignificar a sua função social. O ato de avaliar implica coleta, análise e interpretação dos dados que configuram o objeto da avaliação institucional, acrescida de uma atribuição de valor ou qualidade que se dar no processo a partir da comparação do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido.

Esse valor ou qualidade atribuída conduzem a um posicionamente a favor ou contra o objeto em discussão que conduz a uma decisão de manter o objeto como está ou atuar.

Compreender que a avaliação é um processo complexo, com formulação de objetivos e que requer a elaboração de meios para se obter resultados. Pretende-se também, a partir de análise da concepção acerca do papel da avaliação na instituição, contribuindo para redimensionar a prática nas escolas, conscientizando os educadores da necessidade de substituírem velhos hábitos, levando-os a compreender que a concepção da avaliação deve ser vinculada à concepção de mundo, de sociedade e de ensino que queremos, permeando toda prática pedagógica e as decisões metodológica da escola.

A avaliação da aprendizagem evidencia os seus serviços e inadequação quando se tem como propósito a democratização da escola, de forma a garantir o acesso das crianças de origem popular às escolas públicas, como também a permanência e a aquisição de um conjunto de conhecimentos, como condição para participação política e cultural. Essa democratização implica na transformação das relações de poder que se estabelecem na escola e na sociedade.

Na realidade, as práticas avaliativas na escola vêm se caracterizando por apoiar-se em promoção e classificação, vista como decorrente do empenho individual do aluno. Apesar disto refletir uma tendência dominante, observa-se que as práticas na escola não são totalmente homogêneas e coerentes entre si. Atentos para isso é relevante ter em vista uma ruptura com o significado que vem revestindo o processo de avaliação institucional e do ensino aprendizagem.

Avaliação é hoje compreendida pelos educadores como elemento integrador entre o ensino e a aprendizagem e como uma ação que ocorre durante todo processo e não apenas em momentos específicos, não sendo responsabilidade somente do professor, mas do aluno, dos pais e da comunidade escolar.

Para isso é tão importante quanto “o que” e “como”, que decisões pedagógicas decorrentes dos resultados, reorganizam a prática educativa do professor no dia-a-dia. Olhar a avaliação com outros olhos não é apenas tendência, é Lei. Os avanços alcançados na LDB 9.394/96 anunciam, em seus diferentes artigos, uma forma atualizada de entender e praticar o processo avaliativo. A Lei busca flexibilizar e descentralizar o ensino substituindo o esquema burocrático e centralizado que durante muito tempo inspirou as ações na educação.

A avaliação existe controvérsias entre alunos, professores, diretores, especialistas e a comunidade escolar local. Na sua abordagem é difícil, em virtude da extensa gama de variável que abrange, desde as que se referem a aspectos socioeconômicos e, sobretudo políticas, até as que se relacionam a aspectos metodológicos mais específicos, ligados à definição de critérios na elaboração de instrumentos, forma de análise e interpretação de resultados.

Nesse enfoque, desponta como finalidade principal da avaliação a de fornecer ao processo pedagógico informação que permitam aos agentes escolares decidir e redimensionar em face o projeto educativo, com a participação coletiva da comunidade escolar e a garantia de aprendizagem do aluno. Neste contexto é necessário que avaliação cubra o projeto curricular e o programa de ensino adotado no âmbito escolar, com o planejamento do corpo docente e discente da escola.

“Avaliar nesse novo paradigma é dinamizar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento permanente do professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendizado, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos participativos na construção formulada e reformulada. (HOFMANN,1998)”.

Modificar a forma de avaliar implica a reformulação do processo pedagógico, com a finalidade diagnosticar o levantamento das dificuldades dos alunos com vista a corrigir os rumos do procedimento didático em paralelo ao ensino aprendizagem.

Para HADJI (2001): “A passagem de uma avaliação normativa para uma formativa implica necessariamente uma modificação das práticas do processo em compreender o aluno e, não só do ponto de partida, mas também o de chegada”.

A partir dessa concepção, acredita-se na escola cidadã e democrática, onde se possa caminhar para uma educação em que o conhecimento não tenha uma estrutura estática, mas seja um processo de descobertas midiatizadas pelo dialogo entre educador e educando.

Nessa escola, a preocupação, na sala de aula, deverá ser com educação, que torne os alunos pessoas habilitadas para agir na sociedade. Para isso deve-se conhecer o aluno, com o avanço e dificuldades, em que o educando aprendeu e descobriu e o que preciso mudar para garantir o melhor desempenho.

Para LIBÂNEO (1999): “A função nuclear da avaliação é ajudar o aluno a aprender e ao professor o redimensionamento de sua prática também quanto e em que nível os objetivos estão sendo atingidos. Para isso é preciso o uso de instrumentos e procedimentos adequados”.

Acreditar que notas ou conceitos possam explicar o rendimento do aluno e justificar um decisão de aprovação ou retenção, sem que sejam analisados os procedimentos de ensino aprendizagem, promovendo continuidade na relevância deste resultado na vida escola e com isso tornar o processo avaliativo reducionista, diminuindo as possibilidades de professores e alunos tornarem-se detentores do conhecimento.

No entanto, apesar de todas essas contribuições, a avaliação continua sendo um dos ingredientes da atividade do professor que ainda causa muitas dúvidas, dificuldades e contradições.

Para LUCKESI – 2002:

“A avaliação, diferentemente da verificação, envolve um ato que ultrapassa a obtenção da configuração do objeto, exigindo decisão do que fazer ante ou com ele. A verificação é uma ação que congela o objeto, a avaliação por sua vez direciona o objeto numa trilha dinâmica de ação”.

A avaliação da aprendizagem traduz de forma explicita a proposta educacional da escola. Como uns instrumentos de ensino que tem rituais definidos pelos dirigentes escolares refletem a proposta educacional direcionada a prática docente e as orientações pedagógicas que norteiam a discussão das concepções de educação curricular e o ensino visando a formação do aluno como ser social, as instituições buscarão formas de avaliar sua situações extramuros, indagando-se, constante, contribuindo para despertar a consciência e estimular a busca de alternativas ou desenvolvimento de ações individuais e coletivas de transformações.

As instituições educacionais, no sentido de promover a formação ampla do aluno, alerta comum do processo, e avaliar esse é dever da escola, ganhar espaços, gerar mudanças, promovendo melhoria da consciência do educador.

Selecionar valores, construir seu mundo, confirmar suas escolhas e realizações é papel do agente de educação, o aluno. Se educar para a liberdade é função do professor, educar-se para ser livre é função do aluno e isso só concretiza na interação aluno-professor, aluno-aluno, aluno e conhecimento.

As classificações escolares refletem as desigualdades de competências muito efêmeras logo não pode acreditar na avaliação da escola. O fracasso escolar só existe no âmbito de uma instituição que o poder de classificar e declarar um aluno.

Ainda PERRENOUD (2000):

“O fracasso não é a simples tradução lógica das desigualdades reais. O fracasso é sempre relativo a uma cultura escolar e reflexo das desigualdades de conhecimento e competências de avaliação da escola. Põe as hierarquias de excelência a serviço de suas decisões, ou assim um julgamento institucional”.

Entende-se que a avaliação não tem como objetivo classificar ou selecionar fundamenta-se nos processos de aprendizagem em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais, quanto for preciso, para que se continue a aprender.

O conceito de avaliação da aprendizagem, que tradicionalmente tem como alvo o julgamento e a classificação do aluno necessitam ser redimensionada, pois a competência ou incompetência do aluno resulta, em última instância, da incompetência ou competência da escola, não podendo a avaliação restringir-se a um de seus elementos de forma isolada. Assim, a avaliação tem na análise do desempenho do aluno um dos seus focos de julgamento do sucesso ou fracasso do processo pedagógico.

Referencias Bibliográficas

BRASIL, LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação, nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.

HADJI, C. Avaliação Desmitificada. 1 ed. Porto Alegre: Artes Médicas. 2001.

HOFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora. 14 ed. Porto Alegre. Editora da Universidade. 1998.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 15 ed.São Paulo: Cortez – 1999.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 9 ed. São Paulo: Cortez. 1999.

PERRENOUD, Philipe. Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre. Artmed. 2000.

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